A alimentação do bebê começa com o aleitamento materno que deve ser até 4 a 6 meses porque entre os inúmeros benefícios do aleitamento materno, destacam-se os seguintes:
- O leite materno é o alimento mais adaptado às características digestivas e metabólicas do bebé, pois contém todos os nutrimentos necessários (proteínas, gorduras, hidratos de carbono, minerais e vitaminas), nas proporções correctas para o crescimento humano.
- A composição do leite ajusta-se, ao longo do tempo, às necessidades do bebé. É interessante o facto do bebé ser capaz de reconhecer as diferenças dessa composição, decidindo em que altura deve parar de mamar de um peito, para recomeçar no outro.
- O leite materno protege o bebé da maioria das alergias alimentares e infecções gastrointestinais respiratórias e urinárias.
- O bebé alimentado ao peito tem menor probabilidade de vir a ter excesso de peso, diabetes e cárie dentária. Além disso, a sucção no peito materno desenvolve um maxilar mais saudável com melhor musculatura da boca que irá favorecer o desenvolvimento da linguagem.
- A aceitação dos novos alimentos é mais fácil quando o bebé é amamentado.
- O acto de amamentar promove o estabelecimento de uma ligação emocional forte e precoce entre o bebé e a mãe. Esta relação é determinante de um melhor desenvolvimento global da criança.
- Na mulher que amamenta, o útero volta mais rapidamente ao tamanho normal, o tempo de hemorragia (perda de sangue) é mais reduzido e o peso regressa mais facilmente ao peso anterior à gravidez.
- Amamentar contribui para uma maior remineralização dos ossos da mãe.
- A mulher que amamenta tem menor probabilidade de desenvolver cancro da mama e do ovário.
- O leite materno já está preparado. Encontra-se sempre pronto a servir, à temperatura certa e não se estraga, sendo mais seguro do ponto de vista dos cuidados de higiene alimentar.
- O aleitamento materno é vantajoso para toda a família, designadamente por ser mais económico.
Depois do leite materno começa a diversificação que consiste na passagem de uma alimentação exclusivamente de leite, para uma alimentação semi-sólida e, posteriormente, sólida.
Esta diversificação alimentar deverá ter início entre os 4 e os 6 meses, altura em que o bebê começa a ter capacidade para mastigar, deglutir e digerir outros alimentos além do leite. Por outro lado, a experiência com novos alimentos desenvolve o gosto por novos sabores. Não existem normas rígidas para a ordem com que os alimentos são introduzidos na diversificação alimentar, dependendo esta decisão dos pais e do profissional de saúde que acompanha o bebê.
A diversificação alimentar do bebê é a primeira e talvez a mais importante oportunidade para iniciar a formação de bons hábitos alimentares na criança. Neste sentido, são regras de ouro para a diversificação alimentar do bebê:
- Inicie a diversificação alimentar do bebê, ou seja, a oferta de novos alimentos para além do leite por volta dos 6 meses;
- Não dê ao bebê alimentos ou bebidas doces. O bebê deve aprender a apreciar os paladares naturais dos alimentos e a água para matar a sede;
- Não utilize sal na alimentação do bebê;
- Procure apresentar ao bebê uma grande variedade de alimentos saudáveis até aos 12 meses;
- Tenha persistência. Por vezes é preciso insistir até 15 vezes para que um novo alimento seja aceite;
- Deixe que a criança veja, cheire e toque nos alimentos;
- Incentive o bebê a provar os alimentos mas nunca o obrigue a comer e nem ofereça nada em troca;
- Aprenda a reconhecer e respeite os sinais de fome e saciedade do bebê;
- Faça das refeições momentos agradáveis de convívio. Assim será mais fácil para a criança apreciar os alimentos e a hora das refeições;
- Seja um bom exemplo para incentivar uma alimentação saudável. A diversificação alimentar, ou seja, a oferta de novos alimentos para além do leite, representa para os pais uma etapa importante no desenvolvimento do seu bebê. Para uns é um período extremamente gratificante e motivo de muito entusiasmo; no entanto, para outros, pode ser motivo de angústias, frustrações e preocupações.
- Cuidados gerais na introdução dos novos alimentos
• Os “novos” alimentos devem ser administrados com a colher, visto que um dos objectivos da alimentação diversificada é estimular a mastigação. É natural que, de início, o bebé tenha o reflexo de extrusão da língua (projectar a língua para fora) e cuspa, levando muitas vezes os pais a interpretar, erradamente, esse reflexo como uma rejeição ao novo alimento.
Nos primeiros dias, deve-se optar por uma consistência parecida à do leite e espessar, gradualmente, a consistência do puré ou papa, de forma a haver uma adaptação do bebé aos novos alimentos.
• O ideal é existir um intervalo de 3 a 6 dias, entre a introdução de dois novos alimentos, para que a criança aprenda o sabor de cada alimento e se possam despistar possíveis problemas alérgicos.
De facto, esta é uma etapa muito importante no desenvolvimento do bebê. Mais do que aquilo que muitos pais possam imaginar. A diversificação alimentar do bebê é talvez a mais importante oportunidade para iniciar a formação de bons hábitos alimentares na criança.
Aquilo que a criança come nesta fase e as experiências que tem com os alimentos influenciam as suas preferências e hábitos alimentares durante a infância e até mesmo mais tarde, na vida adulta.
O cumprimento rigoroso do plano de introdução gradual dos alimentos em cada etapa do desenvolvimento do bebê é essencial para facilitar o diagnóstico de algumas alergias alimentares e evitar o aparecimento de alergias e outros problemas de saúde. Os pais devem estar atentos às instruções que recebem dos profissionais de saúde que acompanham o seu bebê.
Além disso, 10 medidas podem contribuir bastante para que esta etapa decorra bem e para que o seu bebé se transforme num verdadeiro apreciador de uma alimentação saudável! Confira:
1- Iniciar a diversificação alimentar do bebé o mais próximo possível dos 6 meses e nunca antes dos 4 meses.
É por volta dos 6 meses de vida que o organismo do bebê está mais maduro e preparado para a diversificação alimentar. O bebê já é capaz de se sentar com apoio, manter a cabeça erguida, levar os alimentos com as mãos à boca e, acima de tudo, já consegue engolir os alimentos semi-sólidos. O seu aparelho digestivo já é capaz de digerir outros alimentos que não o leite e de eliminar o excesso de alguns nutrientes que uma alimentação mais diversificada pode conter. Iniciar a diversificação alimentar antes do tempo pode ter consequências para a saúde da criança. É o caso da obesidade, que é mais comum em crianças que iniciaram a diversificação alimentar antes dos 4 meses. Além disso, o facto de ainda não estar preparado para receber outros alimentos pode fazer com que o bebé rejeite energicamente a alimentação à colher. Esta rejeição repetida cria um sentimento de ansiedade e frustração da parte dos pais e do próprio bebê, e pode ter consequências negativas na formação dos hábitos alimentares da criança. Assim, o melhor é esperar até aos 6 meses de vida para iniciar a diversificação alimentar. Entretanto, como cada caso é um caso, todas as dúvidas e situações devem ser conversadas com o médico que acompanha o bebê e que saberá dar as devidas orientações.
2- Evitar dar ao bebê sumos ou bebidas adocicadas.
Os bebês já nascem com a preferência pelo paladar doce e esta preferência deve ser contrariada e não incentivada. Um dos erros mais cometidos durante a diversificação alimentar é a oferta de sumos e chás desde muito cedo. Muitos bebês habituados desde cedo aos sumos de fruta, mesmo que naturais e sem açúcar, acabam por rejeitar a água e querer sempre sumo. Com o passar do tempo é de se esperar que estas crianças tenham preferência por sumos e bebidas açucaradas, cujo consumo excessivo contribui para a obesidade infantil.
A água deve ser a bebida de eleição para satisfazer a sede.
3- Não utilizar sal nem açúcar na alimentação do bebê.
Os bebês já apreciam naturalmente o paladar doce e o salgado e devem aprender a apreciar os paladares naturais dos alimentos.
Além disso, o açúcar favorece o excesso de peso e o aparecimento de cáries dentárias e a utilização de sal na alimentação durante o primeiro ano de vida tem sido associada à tensão alta na vida adulta.
Os pais e outros cuidadores habituados aos alimentos doces ou salgados podem ter dificuldade em oferecer alimentos aparentemente “insossos”. Mas o paladar educa-se e para o bebê, que não conhece o sal nem o açúcar, é muito mais fácil apreciar os alimentos na sua forma natural.
4- Procurar apresentar ao bebê uma grande variedade de alimentos saudáveis até aos 12 meses.
Por volta dos 12 a 15 meses, é comum as crianças manifestarem a chamada “neofobia”, que é a aversão a novos alimentos. Os pais devem procurar familiarizar o bebê com uma grande variedade de alimentos saudáveis antes que esta situação se manifeste. Desta forma será mais fácil que a criança continue a ter uma alimentação saudável e variada na altura em que também pode começar a partilhar da alimentação da família.
5- Ter persistência. Por vezes é preciso oferecer um alimento 10 ou mais vezes, em momentos diferentes, para que a criança passe a aceitá-lo.
O paladar educa-se e é comum que as crianças necessitem provar um alimento várias vezes antes de o aceitar. Cuspir os alimentos e fazer caretas é natural durante as primeiras refeições em que a criança ainda está a aprender a comer à colher, e nem sempre é sinal de que o bebê não gosta do alimento. Os pais, que muitas vezes se deixam influenciar por estas situações ou pelas suas próprias preferências e aversão, acabam por desistir de oferecer ao bebê determinados alimentos, principalmente alguns vegetais. Se deixarem passar esta oportunidade, mais tarde será muito mais difícil essa aceitação.
Também é comum que alguns alimentos sejam rejeitados pela criança quando estão doentes ou mesmo após uma doença. Pode ser necessário habituar o bebê a estes alimentos novamente.
6- Deixar que o bebê veja, cheire e toque nos alimentos e participe de forma activa nas refeições.
A preferência por determinados alimentos não é apenas uma questão de gosto. O bebê é também influenciado por aquilo que vê e pelo cheiro e textura que sente. Permitir ao bebê que veja, cheire e toque nos alimentos e participe de uma forma mais activa nas refeições, com a sua própria colher, vai ajudá-lo a apreciar os alimentos e as refeições e a sentir-se mais auto-confiante.
7- Incentivar o bebê a provar os alimentos mas nunca pressioná-lo a comer.
Pressionar o bebê a comer determinados alimentos, seja com distracções, seja com raspanetes, ou oferecendo algo em troca, como bolachas e outros alimentos mais desejados, é uma estratégia que só funciona naquele momento. Na verdade, este tipo de atitude aumenta a rejeição da criança pelo alimento que foi pressionada a comer e aumenta o desejo pelo alimento que recebeu em troca, normalmente menos saudável.
8- Reconhecer e respeitar os sinais de fome e saciedade do bebê.
Os bebês nascem com capacidade de regular aquilo que devem consumir de acordo com as suas necessidades. Ao pressionar os bebés para que comam mais um pouco ou até mesmo “limpem o prato”os pais e outros cuidadores estão a contribuir perturbar esta capacidade de auto-regulação.
Numa altura em que as crianças estão constantemente expostas a alimentos e guloseimas, reforçar a capacidade de parar de comer quando estão satisfeitas é muito importante para a prevenção da obesidade infantil.
Os bebês demonstram de diversas formas que estão satisfeitos. São sinais de saciedade comuns nesta fase: virar a cara ou afastar-se da colher, cuspir a comida, ou distrair-se da refeição e dos alimentos.
9- Fazer das refeições momentos organizados e agradáveis de convívio, sem distracções como a televisão.
Os bebês devem ser habituados a comer à hora das refeições. Refeições organizadas e os bebês sentados à mesa são regras importantes. Mas, para que os bebês aprendam a gostar dos alimentos e das refeições, as refeições devem ser momentos agradáveis e desejados, nos quais têm a atenção dos pais e participam activamente. Assim, as refeições são oportunidades de convívio e não apenas a hora de comer.
Os pais devem estar sentados com o bebê, de preferência de frente, de forma a verem-se olhos nos olhos, conversar com o bebê e perceber os seus sinais, num ambiente tranquilo, sem distracções como brinquedos e a televisão. O incentivo para que o bebê experimente novos alimentos e comece, a pouco e pouco, a comer sozinho é também muito importante. Sem se esquecer que cada bebê tem o seu próprio ritmo e as pressões e os raspanetes são desaconselhados.
10 -Não oferecer alimentos como gratificação por bom comportamento, para confortar o bebê, ou para conseguir que o bebé faça algo em troca.
A alimentação e os alimentos estão culturalmente ligados ao afecto. Alimentar a criança para que ela cresça forte e saudável é uma das maiores missões dos pais. No entanto, diante do grande aumento do número de casos de obesidade, é necessário ter o cuidado para que a criança não aprenda desde muito pequenina a comer por diversos motivos que não a fome.
Em primeiro lugar, os alimentos, recebidos como gratificação por bom comportamento ou como conforto em momentos de dor, tristeza ou irritação são normalmente guloseimas e ganham um valor especial e tornam-se muitas vezes os preferidos da criança. Para além disso, este tipo de atitude pode ainda contribuir para que a criança se habitue a comer por motivos emocionais.
Por fim, o que os pais fazem é para a criança o exemplo a copiar. Os pais e outros cuidadores têm de ser um bom modelo para incentivar hábitos saudáveis.
http://hmsportugal.wordpress.com/2011/12/16/regras-de-ouro-da-diversificacao-alimentar/
Esquema de diversificação alimentar
Purê de Legumes
O puré de legumes pode ser o primeiro alimento a ser introduzido, em especial nos casos em que a criança apresenta excesso de peso.
Não existem regras rígidas na introdução dos ingredientes nem na forma de preparação do puré. No entanto, há que ter em conta algumas considerações quanto à introdução do puré de legumes:
- O puré de legumes deve ser simples e, inicialmente, pouco consistente, feito com dois a três alimentos, nomeadamente, o arroz ou a batata e a cenoura, juntando-se depois, com intervalos de 3 a 6 dias, outros legumes como a alface, a abóbora (amarela e verde), o feijão verde, a acelga, a pimpinela, os brócolos, a salsa. Posteriormente, vamos espessando a consistência do puré e introduzindo outros legumes, à medida que a criança tem melhor capacidade digestiva. Para temperar o puré, utilize uma colher de chá de azeite em cru (depois de pronto).
Por vezes, o bebê pode esboçar comportamentos de rejeição ao primeiro alimento, introduzido após o leite. Perante esta situação, algumas mães têm tendência a condimentar o puré com sal ou com açúcar, condimentos que não devem fazer parte da alimentação do bebê, antes dos 12 meses de idade, uma vez que os alimentos em natureza satisfazem as necessidades.
Farinhas de cereais
Algumas crianças podem iniciar a diversificação alimentar com as farinhas de cereais.
Existem várias farinhas de cereais à venda, umas com leite, chamadas farinhas lácteas e outras que não têm leite na sua composição, denominadas apenas farinhas ou farinhas não lácteas. As farinhas lácteas devem ser preparadas com água fervida (pois já têm leite na sua composição), enquanto que as farinhas não lácteas devem ser preparadas com o leite que o bebé habitualmente toma. As farinhas lácteas e as não lácteas podem ou não conter glúten. Antes do 6º mês, o bebé deve consumir farinhas sem glúten.
Na preparação das farinhas, deve respeitar as indicações do fabricante e fazer a diluição correcta, ou seja, nem diluir nem concentrar em demasia, porque poderá provocar alterações gastrointestinais.
Frutas
A fruta é habitualmente introduzida entre o 4º e 5º mês, após a adaptação ao puré ou à farinha de cereais.
As primeiras frutas são habitualmente a maçã, a pêra, a banana e a papaia, que devem ser reduzidas a papa. A maçã e a pêra devem ser, preferencialmente, cozidas até ao 6º mês.
Frutas como os citrinos (laranja, tangerina, clementina, limão), o kiwi, o maracujá, os frutos silvestres (morangos, framboesas, amoras e groselhas) nunca devem ser dados à criança antes do 9º mês, devido ao seu potencial alérgico. No caso de haver história familiar de alergias, a introdução destas frutas deve ser feita só após os 12 meses de idade.
Frutos secos
Os frutos secos, como o figo, a ameixa, o damasco e as uvas passas, podem ser introduzidos a partir do 9º mês. Devem ser triturados na papa ou em batidos com leite ou iogurte natural, mas sempre que possível demolhados para retirar parte do açúcar. Dada a sua riqueza em fibra e de forma a proteger a fragilidade do intestino da criança, são indicados em pequenas quantidades (1 a 2 unidades).
Frutos oleaginosos
A noz, o amendoim, a amêndoa e o pinhão, por serem alimentos que podem causar alergias nas crianças mais sensíveis, só devem ser oferecidos à criança depois dos 24 meses.
Carne
Quando a criança estiver adaptada ao puré de legumes introduz-se o caldo de carne, feito da seguinte forma: coze-se a carne magra (sem peles e sem gorduras) com os legumes e retira-se a carne no final (não se dá a carne à criança). Este caldo de carne constitui uma etapa de transição para a introdução da carne na alimentação da criança. Ultrapassada esta fase, a carne é cozida, triturada e dada no puré de legumes. Deve-se começar pela carne de frango ou de borrego, seguindo-se a de peru, de coelho, de vitela e, por último, a carne de vaca. A carne de porco só deve ser introduzida após os 12 meses de idade. Deve dar 20 a 25 gramas por dia de carne triturada/passada (2 a 2,5 colheres de sopa rasas).
Iogurte e queijo
O iogurte natural e o queijo podem ser introduzidos entre os 8 e os 10 meses como substituto de uma refeição láctea. É um alimento com boa digestibilidade que favorece a flora intestinal.
Os queijos frescos aromatizados, sobremesas lácteas, gelados e natas só devem ser introduzidos após os 24 meses de idade.
Peixe
A criança poderá iniciar a alimentação de peixe ao 9º mês, retirando-se, cuidadosamente, as espinhas. O peixe deverá ser branco (pescada, espada, maruca, cherne, linguado, pargo…) e cozido juntamente com o puré de legumes, numa dose de 20 gramas (2 colheres de sopa rasas).
Devido à menor tolerância e digestibilidade, os mariscos e alguns peixes (atum, cavala) devem ser introduzidos após os 18 meses de idade. O polvo e as lulas devem ser introduzidos após os 24 meses.
Ovo
A introdução da gema do ovo deverá acontecer, após os 9 meses de idade. Na primeira vez introduz-se ¼ da gema do ovo, na segunda ½ gema, na terceira ¾ da gema e na quarta vez a gema inteira. O ovo inteiro (gema + clara) deve ser introduzido, a partir dos 12 meses. O ovo não deve ser dado mais do que duas a três vezes por semana.
No caso de crianças com história familiar de alergia, o ovo só deverá ser introduzido, após os 12-15 meses de idade.
Leguminosas
Quanto às leguminosas, o feijão, o grão de bico, as ervilhas e as lentilhas, só deverão ser utilizadas após os 10 meses de idade.
De forma a melhorar a digestibilidade das leguminosas, estas devem ser trituradas e introduzidas, gradualmente, em pequenas quantidades na sopa. Mais tarde, podem ser utilizadas inteiras na sopa ou em preparações culinárias no prato.
Sal e açúcar
Os alimentos em natureza têm já quantidades suficientes, quer de sal, quer de açúcar, inclusive para um adulto. Desta forma, não é necessário adicionar sal nem açúcar aos alimentos e quanto mais tarde os introduzir melhor. Assim, ela habitua-se ao verdadeiro sabor dos alimentos e não ao sabor dos condimentos. O mel de abelha e de cana, por apresentar um elevado teor de açúcares e pela possibilidade de conter toxinas ou germes perigosos, é desaconselhado, durante o primeiro ano de vida. O chocolate é também contra indicado por ser de difícil digestão.
4 meses
Cinco a seis refeições diárias:
- Uma refeição de puré de legumes ou de farinha de cereais sem glúten.
- As restantes refeições são constituídas por leite materno ou adaptado.
A refeição de sopa ou de farinha de cereais sem glúten deverá ser dada à colher, nem muito aguada nem muito espessa, porque pode provocar reacções gastrointestinais adversas.
Considerações
- Se a criança estiver a ser amamentada exclusivamente ao peito, o técnico de saúde pode adiar a diversificação alimentar até o 6º mês.
- A passagem de uma alimentação líquida de fácil deglutição para novos alimentos, com sabores e consistências diferentes, não é fácil para as crianças. É fundamental que quem dá a refeição à criança escolha o melhor momento do dia e faça-o de uma forma paciente e disponível.
- Inicie com consistências mais fluidas e pequenas doses, completando, se necessário, a refeição com leite.
- Se a criança tiver dificuldade em aceitar a sopa ou a papa, não desista e faça uma nova tentativa no dia seguinte.
5 Meses
Até cinco refeições por dia:
- Uma refeição de farinha de cereais sem glúten.
- Uma refeição de puré de legumes e a sobremesa de fruta. Após uma a duas semanas, pode-se juntar a carne ao puré, só para dar o gosto, e retirá-la no final. Inicialmente, como período de transição, podemos utilizar durante 3 a 6 dias o caldo de carne.
Na introdução da carne, devemos começar pelas carnes brancas, respeitando a seguinte sequência: frango, peru, borrego, coelho, vitela e, por último, vaca.
- As restantes refeições são constituídas por leite materno ou adaptado.
Considerações
O puré de legumes não precisa de ser feito todos os dias. Poderá ser conservado adequadamente no frigorífico cerca de 48 horas.
A conservação do puré deve ser feita em embalagens individuais de plástico ou vidro tapadas que deverão ir para o frigorífico assim que não houver vapor de água.
6 e 7 meses
Até cinco refeições por dia:
- Uma refeição de farinha de cerais com ou sem glúten.
- Uma refeição de puré de legumes com carne e a sobremesa de fruta.
- As restantes refeições são constituídas por leite materno ou transição.
8 MESES
Até cinco refeições por dia:
- Uma refeição de farinha de cereais com ou sem glúten.
- Duas refeições de puré de legumes com carne e sobremesa de fruta (almoço e jantar).
As restantes refeições são constituídas por leite materno ou transição.
Considerações
São introduzidos, gradualmente, novos frutos, deixando os frutos mais alergénicos (citrinos –
laranja, tangerinas, clementinas e frutos silvestres) para depois de um ano de idade, sobretudo se houver história familiar de alergias.
ENTRE OS 9 E 10 MESES
Quatro a cinco refeições diárias:
- Uma refeição de farinha de cereais com ou sem glúten.
- Duas refeições de puré de legumes com carne ou peixe ou gema de ovo e sobremesa de fruta (almoço e jantar).
As restantes refeições são de leite materno ou industrial de transição.
Considerações
A introdução do peixe nas crianças é, habitualmente, feita aos 9 meses.
A gema do ovo poderá ser introduzida nesta idade, duas a três vezes por semana, em substituição da carne ou do peixe.
Podem ser introduzidas as leguminosas secas no puré de legumes. Deve-se adiar a introdução destes alimentos para mais tarde em crianças com alergias.
Os alimentos devem ser menos triturados (os purés e as frutas), de forma a que criança comece a experimentar a alimentação sólida.
Aos 10 meses e se for bem aceite, poderá oferecer ao almoço e ao jantar 1º e 2º prato; neste caso,
deve retirar a carne/peixe/ovo da sopa.
12 MESES
Quatro a cinco refeições diárias:
- Uma refeição de farinha de cereais com ou sem glúten.
- Duas refeições de puré de legumes com carne ou peixe ou ovo e sobremesa de fruta (almoço e jantar).
As restantes refeições são de leite materno ou industrial.
Considerações
Podem ser introduzidos os frutos cítricos e o ovo completo (gema e clara).
O leite de vaca nunca deve ser introduzido, antes dos 12 meses de idade, e, se possível, só depois dos três anos (36 meses). Se usar leite de vaca, entre os 12 e os 24 meses (2 anos), este deverá ser gordo. A partir dos dois anos, poderá ser meio gordo.
Este é o momento da criança iniciar a alimentação familiar, mas é fundamental que os alimentos sejam pobres em sal, gordura e açúcar.
Alguns cuidados nunca são demais relembrar, tais como: lavar as mãos antes de preparar qualquer alimento para a criança ou iniciar uma refeição e nunca deixar a criança sozinha enquanto come.
http://iasaude.sras.gov-madeira.pt/Documentos/WEB/Anexos/Manual_Alim_Bebes_Final.pdf