domingo, 30 de dezembro de 2012

1º Bebê - Mensagem inicial...Fisiologia da gravidez

Primeiramente este Blog surgiu como uma homenagem ao ... chamamos Bebê, 1º bebê da Ka, que hoje deve estar com 5 semanas de vida Intra-Uterina.

Depois surgiu a idéia  de  fazer uma espécie de diário ou semanário do Bebê para ele e a família poder  recordar desse período.
Entretanto optou-se por ir acompanhando o desenvolvimento desde a vida intra uterina  até ao nascimento e desenvolvimeno pós-natal tentando que seja Educação para a Saúde fazendo uma réplica das consultas de vigilância de Sáude Materna e de Saúde Infantil (dos 0-18 anos) em simultâneo com  o desenvolvimento do Bebê e da mãe.
Assim será o "diário" do Bebê acompanhado pelo o suporte teórico.científico. Na medida do possivel será "narrado" pelo Bebê.
1º trimestre de gravidez.
(Imagem retirada de http://www.webciencia.com/11_12gravidez.htm)
Tudo tem um começo, portanto, é necessário saber o que é a gravidez, nada como começar pela Fisiologia  englobando a Embriologia:
Fisiologia da gestação
1- Gestação
A gestação/gravidez é o intervalo compreendido entre a fecundação do óvulo e a expulsão do feto.Período marcado por adaptações progressivas do organismo materno (aumento de volume do útero, alterações circulatórias, endócrinas, excretoras e do trato gastro intestinal) mediado por hormônios da mãe e placenta, que permitem ao organismo materno reconhecer a presença do feto.
O início da gestação corresponde ao primeiro dia do último ciclo menstrual, data  que o médico registra para poder calcular a data provável do parto parto. Por exemplo, se estiver grávida de 3 semanas significa que na realidade passou apenas 1 semana desde a concepção.
A gravidez de termo dura cerca de 40 semanas. E os bebês que nascem  na semana 37 são considerados prematuros, enquanto os que nascem após a semana 42 se chamam pós-maturos.
2- Início do Desenvolvimento
Fecundação
A vida começa quando um gameta feminino (óvulo) é  atingido (fecundado) por um gameta masculino(espermatozóide. Mais ou menos 2 semanas antes da menstruação, o organismo liberta um óvulo e o tecido do útero torna-se mais espesso. Nessa altura é o período fértil. Durante a ejaculação decorrente do ato sexual, libertam-se milhões de espermatozóides. Desses milhões, apenas algumas centenas conseguem fazer o percurso ao longo das trompas de Falópio para fecundar o óvulo. Nesse caminho, cabeça e cauda de espermatozóide se separam, sendo que apenas um espermatozóide sai vencedor dessa corrida. É ele que penetra no óvulo, iniciando o processo de divisão celular.
Formação do Zigoto
Óvulo e espermatozóide formam então uma única célula, o ovo, composto de 46 cromossomos (ou cromossomas) genéticos, metade da mãe e outra metade do pai, e que determinam o sexo da criança. Durante as 12 a 20 horas posteriores à fertilização, o ovo começa a duplicar, quadriplicar e a multiplicar-se mais vezes, transformando-se em zigoto e reproduzindo, paralelamente, o material genético do ADN (ácido desoxirribonucleico).
O zigoto abandona os ovários e percorre as trompas de Falópio, para atingir o útero sofrendo impulsos dos cílios da sua parede interna, durante os seguintes dias. No caminho, recebe alimentação e expele os resíduos produzidos pelas células em fase de multiplicação.
Divisão celular
  Ao fim de cerca de quatro dias após a fecundação, o zigoto continua a se dividir até virar uma bola fina e sólida de 16-32 células, a mórula. No caminho até ao útero, a mórula volta a se dividir. Quando chega ao útero, ao fim de uma semana de fecundação, já possui 64 células e enche-se de líquido na sua cavidade central, transformando-se deste modo numa bola oca por dentro, o blastocisto (ou célula embrionária não diferenciada).

Imagem cedida por
Georgia Reproductive Specialists
Um zigoto

Imagem cedida por
Georgia Reproductive Specialists
Um pré-embrião de 8 células
Logo após a fertilização, o zigoto percorre o caminho das trompas de Falópio até o útero. E durante esta jornada, vai se dividindo. Em 72 horas, o zigoto de uma célula se transforma em um organismo de oito células. (http://saude.hsw.uol.com.br/gravidez1.htm)
Implantação no útero
O blastocisto liga-se à parede interna do útero e inicia a nidificação na parte inferior do seu revestimento – este é o processo da implantação. No total, estas células se separam, umas para constituir a camada interna do embrião, outras para formar a camada externa que resultará na placenta  e no saco amniótico. Esta camada externa possui estruturas parecidas às raízes contidas no revestimento do útero, vindo a constituir o meio de transporte de oxigênio e nutrientes da mãe para a placenta e para o embrião.

O óvulo fertilizado percorre o caminho através das trompas de Falópio até o útero, onde se instalará

Pela 5ª semana de gravidez, cérebro, medula espinhal, coração e outros órgãos começam a se formar. O embrião agora possui três camadas: aectoderme, a mesoderme e a endoderme. Todos os órgãos e tecidos irão se desenvolver. A ectoderme formará o sistema nervoso e a coluna; a mesoderme formará o coração e o sistema circulatório; a endoderme formará os pulmões, trato gastrointestinal, tireóide, fígado e pâncreas. A placenta já começou a se formar, assim como o cordão umbilical, que levará os nutrientes ao embrião em crescimento, além de remover os resíduos liberados por ele.Embora o embrião ainda esteja do tamanho de uma semente de gergelim, a futura mãe já vai começar a sentir as primeiras dores da gravidez. Enjôo matinal, maior freqüência na urina, sonolência e desejos ou aversões a alimentos são muito comuns. Seus seios podem inchar e ficar macios. Algumas mulheres começam a ganhar peso, embora outras cheguem a perdê-lo devido aos enjôos matinais. Neste ponto da gravidez, a mulher vai fazer o primeiro pré-natal com o seu ginecologista. Na 5ª semana, pode ser que um ultrassom(Ecografia) já consiga detectar as batidas do coração.A mãe precisa ter um cuidado todo especial durante o primeiro trimestre, que é o momento em que órgãos delicados são formados. Grávidas devem evitar o álcool, certos remédios, cafeína e o fumo. E devem também continuar a tomar vitaminas pré-natais que contenham ácido fólico, manter uma dieta saudável e se exercitar regularmente.
Stephanie Watson.  "HowStuffWorks - Como funciona a gravidez".  Publicado em 21 de outubro de 2005  (atualizado em 11 de fevereiro de 2009) http://saude.hsw.uol.com.br/gravidez1.htm  (30 de dezembro de 2012)             

Reconhecimento materno da gravidez 
O blastocisto antes de se implantar no endométrio, secreta substâncias que prolongam a vida do corpo lúteo. O tempo que isso ocorre é chamado de reconhecimento materno da gestação.
Hormônios Maternos
Após a fecundação e implantação do embrião os ovários produzem determinados hormônios que permitem que a gestação continue.
Hormônios na gestação
Estrogênio (após o estro os estrógenos diminuem até a metade do ciclo, embora continuem a ser secretados em quantidades menores).Durante a gestação esta secreção tende a aumentar atingindo um pico no final da gestação .Produzido principalmente pela placenta.
Sua ação no aparelho reprodutivo:
»Multiplicação das células epiteliais uterinas.
»Hipertrofia das células da musculatura lisa uterina.
»Síntese de proteínas relacionadas com a contração (actina e miosina).
»Síntese de DNA e RNA, relacionados com síntese proteica.
»Deposição de glicogênio nas células da musculatura lisa uterina (permitem a contração da musculatura junto com Ca).
»Síntese de colágeno
»Atuam como pré-requisito para ação de outros hormônios (produção de receptores).
»Preparo do endométrio para ação da progesterona.
»Preparo da Glândula mamária para ação da progesterona e prolactina.
»Preparo da sínfise púbica para a ação da relaxina.
Progesterona
»Ações sobre o útero previamente sensibilizado pelo estrógeno:
»Alteração das glândulas endometriais(saculações e senuosidades favorecendo as secreções , nutrição do embrião)
»Bloqueio progestacional: queiscência uterina (bloqueio dos canais de Ca, impedindo as contrações uterinas).
»Ação na Glândula mamária (ácinos e ductos)
Relaxina
Sintetizada pelo CL e Placenta
Apresenta picos variáveis na metade final da gestação.
Ações no aparelho reprodutivo:
»Tornar maleável o ligamento da sínfise púbica, ampliando o canal do parto.
»Atua na cérvix – facilitando sua abertura.
»Atua no útero – inibindo a contração (inibe ocitocina).
»Atua na glândula mamária – inibindo a lactação.
Hormônios produzidos pela hipófise materna na gestação
Hipófise anterior
FSH – (Hormônio folículo estimulante)
Sua secreção é mantida durante a gestação – atuação ainda desconhecida nesta fase.
LH - (Hormônio Luteinizante) .
Prolactina
É luteotrófica, tem importância maior que o LH da metade para o fim da gestação, atua na lactação.
Hipófise posterior
Ocitocina
Produzida no hipotálamo e armazenada na hipófise. Atua na liberação do estímulo neuronal com ação na contração uterina e alvéolos mamários. Apresenta semi.vida curta (até 24 horas durante o parto), depende de receptores produzidos pelos estrógenos.
A ocitocina é isolada de CL , com aparente ação luteolítica (síntese de prostaglandina  e lise do CL)
Mudanças nos órgãos reprodutivos
-Vagina e vulva
Durante a metade final da gestação – vulva torna-se altamente edemaciada e vascularizada.
Durante a gestação – mucosa vaginal é pálida e seca, no final da gestação torna-se edemaciada e friável.
-Cérvix
Durante a gestação – orifício externo ocluído, presença de muco altamente viscoso no canal cervical. Final da gestação liquefação e descarga do muco imediatamente antes do parto.
- Útero
Durante a gestação – CL persistente – suspensão do estro
Tanto o CL principal quanto os acessórios regridem por volta do 7º mês.
-ligamentos pélvicos
Relaxamento ocorre durante a gestação, sendo mais acentuado próximo ao parto. Está relacionado a ação da relaxina e de altos níveis de estrógeno no fim da gestação.
-secreções uterinas
O útero sob ação de estrógeno e progesterona estimula secreções glandulares para a nutrição do embrião, o chamado “leite uterino”, rico em proteínas e gordura
-Glândulas mamárias
Estrogênio – desenvolvimento do tecido mamário.
Progesterona – desenvolvimento de ductos e ácinos.
Prolactina – inicia a lactação.
-Placenta ou unidade feto placentária
A placenta é um órgão endócrino muito importante para manutenção da gestação.
Hormônios produzidos pela placenta
Estrógenos e Progesterona 
Utiliza-se de colesterol materno , pois não possui sistema enzimático, produzindo progesterona com a finalidade de manutenção da gestação e andrógenos fetais (testosterona e seus metabólitos).
hCG( Gonadotrofina Coriônica Humana)
Ação luteotrófica (semelhante ao LH), mantém o CL em primatas
LP (Lactogênio Placentário)
Regula o transporte de nutrientes da fêmea para o feto. Manutenção de CL
Relaxina
Parece possuir ação luteotrófica.
Proteína B da gestação
Reconhecimento materno da gestação. Glicoproteínas e polipeptídeos foram isolados da unidade feto placentária. Apesar de não apresentarem atividade hormonal, induzem a resposta hormonal e estão relacionadas com várias funções como: diagnóstico de gestação e reconhecimento materno da gestação.
Fatores que podem abreviar a gestação
Gestação gemelar .
Stress ( Liberação de cortisol que inicia o trabalho de parto).
Regressão precoce do CL .
Medicamentos como corticosteróides, prostaglandinas e estrógenos ou desequilíbrio nas proporções entre hormônios estrogênicos e progestacionais.Traumatismos
Fatores que podem prolongar a gestação
Deficiências nutricionais
Fatores genéticos (híbridos e fetos homozigotos para recessivos autossômicos – hipoplasia da adrenal)
Medicamentos como: Progestagênios. Aumento, Andrógenos. (Causam masculinização de fetos do sexo feminino – podem se transformar em progestagenios), Inibidores de Prostaglandina. Usados com antiinflamatórios. PG – importante para o início do trbalho de parto.
Alterações fetais
Hipófise (anencefalia e hipoplasia de hipófise)
Adrenal ( aplasia e hipoplasia)
Alterações maternas 
Gestação extra uterina ou ectópica: Pode ser ovárica, tubárica, abdominal (peritonial). 

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