16º dia de vida e a minha agenda continua ocupada, hoje mamãe me levou para fazer o "teste da orelhinha"/rastreio auditivo do recém nascido:
O sentido da audição é fundamental para o desenvolvimento da fala e da linguagem. A comunicação é a habilidade que mais diferencia o homem dos demais seres vivos.
Todo bebê pode apresentar possíveis problemas auditivos ao nascer ou adquiri-los nos primeiros anos de vida.No Brasil com a finalidade de prevenir a deficiência auditiva ou até mesmo de remediar, no caso dos bebês que apresentam surdez congênita, foi criada a lei municipal nº. 3028, de 17 de maio de 2000 ( refere a um programa de triagem auditiva neonatal que tem como finalidade avaliar a audição em recém nascidos. Esse programa é eficaz no sentido de prevenção e cuidados auditivos, sendo indicado por instituições do mundo inteiro, visando o diagnóstico precoce de perda auditiva, uma vez que sua incidência, na população geral, é de 1 a 2 por 1000 nascidos vivos) Foi criada a Lei 12.303/10 que obriga todos os hospitais e maternidades do país a realizarem o exame, gratuitamente, nas crianças nascidas em suas dependências. Peça o Teste da Orelhinha. É um direito do seu bebê.)
O teste da orelhinha deve ser realizado nos primeiros anos de vida do bebê (3 meses), detectando perdas precoces que possam influenciar no aprendizado da linguagem. Geralmente o exame é realizado no berçário em sono natural, de preferência no 2º ou 3º dia de vida. O tempo de duração varia entre 5 e 10 minutos, não tem qualquer contra-indicação, não acorda nem incomoda o bebê. Não exige nenhum tipo de intervenção invasiva (uso de agulhas ou qualquer objeto perfurante) e é absolutamente inócuo. A triagem auditiva é feita inicialmente através do exame de Emissões acústicas evocadas.
Procure clínicas que possuem médicos especializados em otorrinolaringologia e procure também o fonoaudiólogo, esses irão encaminhar e realizar o teste da orelhinha, respectivamente.
O método mais utilizado para a triagem auditiva neonatal é o exame de Emissões Otoacústicas Evocadas (EOAs).
Considerado bastante objetivo, este exame é indolor e de execução rápida, realizada durante o sono natural do bebê.
Utiliza-se um fono na parte externa da orelha do bebê. Demora de 5 a 10 minutos e não tem qualquer contra-indicação, não acorda nem incomoda o bebê.
O exame de EOAs baseia-se na produção de certo estímulo sonoro, bem como na percepção do retorno desse estímulo (eco), o registro é feito através do computador, verificando se a cóclea (parte interna da orelha) está normal, ou seja, em funcionamento, é emitido um gráfico com o diagnóstico do exame.
Após o final do exame, além do resultado, é passado para o responsável e para o médico que solicitou o exame, um protocolo de avaliação. No caso de suspeita de alguma anormalidade após a realização da triagem auditiva neonatal, o bebê será encaminhado para uma avaliação otológica e audiológica completa.
Fatores de risco que levam à surdez:
- História familiar: ter outros casos de surdez na família;
- Infecção intra-uterina: provocada por citomegalovírus, rubéola, sífilis, herpes genital ou toxoplasmose;
- Prematuros;
- Baixo peso;
- Hiperbilirubinemia: doença que ocorre 24 horas depois do parto. O bebê fica todo amarelo por causa do aumento de uma substância chamada bilirrubina;
- Medicações antibióticos ototóxicas e diuréticas no berçario;
- Síndromes neurológicas: Síndrome de Down ou de Waldemburg, entre outros.Elen Cristine M. Campos Caiado (Graduada em Fonoaudiologia e Pedagogia)
Resultado
Com a realização do Teste da Orelhinha dois resultados podem aparecer:
- Se o ouvido do bebê responder aos estímulos do exame, tudo está bem. Seu filho apresenta audição normal e deve iniciar a fala em torno de 1 ano de vida e ser capaz de construir frases simples aos 2 anos. Caso isso não aconteça, peça uma nova avaliação da audição.
- Caso o ouvido do bebê não responda aos estímulos do exame, atenção! Seu filho deverá passar por um acompanhamento que inclui a realização de outros exames para esclarecer se o problema é temporário ou permanente. Frente ao teste positivo, o bebê deve ser submetido a exames mais detalhados, como o PEATE (Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico) diagnóstico, comummente conhecido como BERA (que é mais específico que o exame de emissões otoacústicas e em não se altera frente as condições que levam aos falsos positivos).
- Este exame poderá nos dar informações valiosas sobre a audição do bebê, determinando se ele ouve ou não e até que intensidade sonora ele ouve (limiar auditivo).
- Caso seja confirmado um problema permanente de surdez, não espere. A criança precisa começar tratamento especializado imediatamente ou, no máximo, até os três meses de vida. A reabilitação inclui aparelho auditivo, terapia fonoaudiológica e, a depender da decisão familiar, o aprendizado da língua portuguesa/brasileira de sinais (Libras)= linguagem gestual. Já existe, inclusive, a indicação de cirurgia em alguns casos: o implante coclear, (no Brasil já é realizado pelo SUS e tem cobertura obrigatória dos planos de saúde).
- Falsos positivos no Teste da Orelhinha: Quando o bebê não passa no teste, mas tem audição normal. Esta condição é comum. A presença de líquido na orelha média, vernix caseoso no conduto auditivo e até mesmo cerúmen, podem levar a um resultado positivo. Ai está a importância da avaliação médica e do reteste do bebê.
O quanto antes a criança for reabilitada, melhor será seu desenvolvimento global e o desenvolvimento da linguagem.
O TESTE DA ORELHINHA NORMAL NÃO É SEGURANÇA DE QUE A AUDIÇÃO DA CRIANÇA SERÁ NORMAL PARA SEMPRE. Outros problemas com o passar do tempo podem levar a perda auditiva. A mãe deve estar sempre atenta ao desenvolvimento da linguagem da criança.
http://www.brasilescola.com/fonoaudiologia/a-importancia-teste-orelhinha-nos-bebes-recemnascidos.htm
http://www.kinderclinica.com.br/orelhinha.html
http://otorrinopediatrica.org.br/teste.asp
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